Os indígenas das Missões eram hábeis copiadores, mas há quem sustente que eles acabaram criando uma espécie de barroco crioulo.
Mesmo derrotados, os guaranis impediram a entrega do território das missões ainda por dez anos. Mas o sonho jesuítico foi destruído pela guerra. Dele só restaria a arte que os missioneiros ensinaram aos indígenas e que hoje é o testemunho mais eloqüente da vida nas reduções.
Na ausência de artífices, os próprios padres elaboraram as primeiras estátuas e pinturas com motivos religiosos, reunindo elementos renascentistas, góticos, românicos e barrocos.
Em seu aprendizado, os índios conheceram também estampas de obras de grandes mestres europeus. Assim imitavam meninas de Velázquez, anjos de Rubens e meninos de Murillo. Os guaranis copiavam com perfeição, mas sem o modelo, eram incapazes de fazer o objeto. Ainda, defende Armindo Trevisan, em seu livro A Escultura dos Sete Povos, existiu um estilo missioneiro, em que o índio conseguiu se expressar numa espécie de barroco crioulo.
Antes da chegada dos jesuítas, não houve uma música guarani. Era a velha música ibérica que se cantava nas missas diárias. Em todo caso, as 30 reduções, somadas, chegaram a possuir 3 mil músicos. Os próprios índios construíram os instrumentos – órgãos, clarinetes, violinos, violoncelos, harpas etc.
A total dependência da orientação dos padres teve seu lado bom: o índio tornou-se um artesão eclético, sendo capaz de ser, ao mesmo tempo, escultor, ourives, pintor, alfaiate, músico e carpinteiro.
Referência
História Ilustrada do Rio Grande do Sul – 1998 – Jornal Zero Hora – Porto Alegre.
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