HISTORIADORA ELMA SANT'ANA
Manuela de Paula Ferreira, imagem do século XIX |
Em Camaquã, na Estância da Barra de Dona Antônia, irmã do General Bento Gonçalves, vivia Manoela com seus familiares. Vieram de Pelotas, que estava ocupada pelos imperiais.
Manoela se enamorou perdidamente por Garibaldi, mas ela era destinada a um filho do comandante Farroupilha. Entre Manoela e Giuseppe – que ela chamava de José – houve um castro romance. O próprio Garibaldi, em suas memorias, escreveu “uma delas, Manoela, dominava absolutamente a minha alma. Não deixei de amá-la, embora sem esperança, porque estava prometida a um filho do Presidente.
A Guerra dos Farrapos continua e uma nova missão – que o levaria até Anita, muda os planos do italiano e o amor pro Manoela. A ordem recebida por Garibaldi, chefe da Marinha Rio-Grandense, era difícil de ser cumprida: “Apoiar com seus lanchões as forças de David Canabarro incumbida de tomar Laguna, a fim de ali estabelecer um porto, havia visto que a cidade de Rio Grande estava em poder dos imperiais.
Em Laguna, Garibaldi conheceu Anita e o mundo inteiro sabe o que aconteceu: perdeu todo e qualquer interesse pela gauchinha de Camaquã. Essa, porém, não o esqueceu. Durante toda sua existência manteve o amor pelo Condottiere e o povo de Pelotas homenageou-a até o fim da vida, com o carinhoso apelido de “a noiva de Garibaldi”.
Josué Guimarães, um dos maiores escritores do país, assim escreveu sobre a morte de Manoela: “quando as pessoas abriram o jornal comoveram-se com a manchete da primeira página: “Morreu a noiva de Garibaldi. E se alguém prestasse atenção ao vento ouviria por certo uma distante voz de marinheiro a repetir, de coração partido: Tu destinada a donna d’um altro!”
Manoela de Paula Ferreira morreu solteira em Pelotas, com 84 anos.
FONTE
Elma Sant'Ana - A Mulher na Guerra dos Farrapos
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