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#RS NA ILHA DO FANFA



 Ilha do Fanfa marcou
 de sangue a revolução 



Durante os primeiros dois anos, o cenário dos combates da Revolução Farroupilha eram águas do Rio Jacuí e os campos de um teatro de guerra onde vencedores e vencidos disputavam o controle do Estado. Num tempo em que as águas eram mais importantes do que as poucas estradas, as margens dos rios Jacuí e Guaíba eram estrategicamente importantes para a tomada da Capital. “Quando uma tropa controlava a cidade, os adversários orbitavam em torno de Porto Alegre”, explica o historiador Rodrigo Pacheco. Em Triunfo pelo menos quatro batalhas serviram de ensaio para o embate que duraria 10 anos, entre legalistas e federalistas. 

A primeira delas foi também a mais sangrenta. Conhecida como Combate do Fanfa, começou no dia 2 de outubro no dia e de outubro de 1836 e durou cerca de 48 horas. Comandando 1,5 mil homens, Bento Gonçalves da Silva acampou na Ilha do Fanfa, leste do município vindo de Viamão. Seu objetivo era chegar à margem direita do Jacuí e se encontrar com a brigada do coronel Domingos Crescêncio. Encurralados na ilha à tarde, os farroupilhas viram se aproximar a esquadra do almirante Greenfell. Simultaneamente, uma imensa artilharia abria fogo de terra. 



Os revolucionários prolongaram a luta até a tarde de 4 de outubro, quando negociações para a rendição foram iniciadas. O Combate do Fanfa terminou com 200 soldados feridos, 120 cadáveres e as prisões de Bento Gonçalves, Onofre Pires, Marciano Ribeiro, Pedro Boticário, José Calvet e outros. Poucos meses depois, Triunfo assistiria a mais duas vitórias dos legalistas: o Combate do Pontal, em 22 de maio de 1837, e o da Fortaleza, em 13 de julho do mesmo ano. A revanche só viria a um mês depois. 



Com o ataque à Vila de Triunfo, os farrapos conseguiram vencer um combate na terra de Bento Gonçalves. Controlada pelas tropas do coronel Gabriel Gomes de Lisboa e vigiada do rio pela flotilha imperial, a cidade parecia ser à prova de revolucionários. Um desafio que o general António de Souza Netto decidiu enfrentar no dia 12 de agosto. 

Os farroupilhas surpreenderam invadindo a cidade por suas duas entradas. Os defensores de Triunfo foram empurrados até o coração da vila. As canhoneiras ancoradas no Jacuí metralharam a cidade. Um dos obuzes acertou o prédio da prefeitura. Os estilhaços da parede de pedra feriram mortalmente o coronel Lisboa. Com a baixa do comandante, os legalistas se desesperaram. Enquanto uns se atiravam no rio, os que ficavam em terra eram mortos ou viravam prisioneiros. As valas de um cemitério denominado “Captivos” foram recheados com os corpos dos legalistas. 

Referência 
Jornal Zero Hora do dia 4 de dezembro de 1996. 


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