Homenagem ao senhor José Leão |
Vídeo da turma 8C/2015
As 13 Charqueadas
Professores:
José Edimilson Kober
Linara Martins Martin
Calbar
Por volta de 1774. O
pioneiro na fabricação do charque foi o capitão Francisco Correia Sarafana, um
fazendeiro em Arroio dos Ratos. Mais adiante, o coronel José Manoel de Leão
adquiriu terras (provavelmente do capitão Sarafana) dando continuidade à
produção saladeiril (nome dado à exploração das charqueadas), mantendo escravos
no trabalho de salga da carne. Sabe-se que das 13 charqueadas que existiram no
município, quatro pertenceram à família Leão.
O professor Benedito Veit exibe na capa
do seu livro um mapa localizando as charqueadas. “Por que Charqueadas”?
Charqueada de número UM
Pertenceu a Manoel Faustino José Martins. Além
da charqueada, ele tinha uma olaria. Era capitão e morava nesta área. Nesta
charqueada, mais tarde foi construída a Charqueada Meridional, localizada na
margem esquerda do Arroio dos Ratos. No Jacuí tinha uma ilha com o nome de
Manoel Faustino, em sua homenagem”.
Charqueada número 2 de
Jerônimo Poeta “Provavelmente esta área (logo depois da primeira charqueada)
foi adquirida por Francelina Bueno de Paula, que é avó da família Pires.
Francelina faleceu com mais de 100 anos, já faz uns 140 anos. Ela portanto, foi
testemunha da existência das antigas charqueadas de acordo com Cidislau Antônio
Pires. Por lá existiu um velho casarão. Esta charqueada começava com a atual
rua Costa e Silva.”
A direita Sra. Francelina Bueno de Paula |
Charqueada
de número 3 de Manoel Leão
Qorpo Santo |
“O
Cel. José Manoel de Leão é natural de Laguna (SC) tendo se mudado para Triunfo,
onde chegou a ser comandante da Legião da Guarda Nacional; eleito vereador por
duas vezes, no primeiro quadriênio em 1832 e também na segunda eleição em 1836.
Foi fazendeiro e charqueador, no atual município de Charqueadas, morreu na
madrugada de 18/09/1839, na sua charqueada, vítima de uma emboscada. Ele é pai
de José Joaquim de Campos Leão “Qorpo Santo””.
Com
relação a charqueada de número 4 de Juca Leão
José Leão na colheita, ilha da Paciência. |
“Esta
ficava ao lado da charqueada de Manoel Leão, no local onde fica o sítio
Figueiras. Tem no local várias figueiras bem antigas. Conforme depoimento do
Dr. Fernando Antônio Abreu, existiu um casarão, as margens do Jacuí que se
localizava na área da mencionada charqueada. Hoje está área pertence ao Dr.
José de Araújo Dornelles. Acredita-se que estes dois irmãos, Manoel e Juca,
formaram a antiga chácara Leão, existente nesta área das duas charqueadas
geminadas”.
A
charqueada de número 5 de: Manuel Fernandes Lima, é
considerada por muitos o lugar mais bonito de Charqueadas – O Porto Capela.
“Ficava
onde hoje está o sítio Porto Capela do Dr. Fernando Antônio de Abreu e Silva. O
nome de Porto Capela, deve-se ao fato de ter havido um porto em frente a esta
charqueada: porto Dornelles. O nome Capela refere-se a primeira capela de
Charqueadas dedicada a Santo Antônio, que levou sete anos para ser construída e
que foi inaugurada em 28/04/1912.”
Charqueada
de número 6 de João da Costa,
chamada de Sítio do Sobradinho
“Os
prováveis herdeiros de João da Costa foram dois caixeiros viajantes: Ballvê e
Rahbe. Hoje o local denomina-se Sitio Sobradinho, provavel homenagem ao sobrado
que ainda se localiza lá e que foi a sede desta charqueada”.
Charqueada
de número 7 de Francisco Borges
Esta
charqueada localizou-se no coração da vila Santo Antônio,, povoado que existe
uns 30 anos, de acordo com a professora Maria Gladis Beux. O Senhor Cidislau Pires
conta que, uns 30 anos passados a UFRGS recolheu nesta antiga charqueada vários
restos de ossos do gado ai abatido. Um dos moradores mais antigos desta área
foi Artur Dornelles, avô do Dr. Jairo Dornelles. A escola é uma homenagem a
este morador antigo. Na opinião de Mário Antônio Dornelles, o proprietário
Artur Dornelles tinha uns 80 escravos e que por lá existiu uma senzala.
Por
este motivo acredita-se que existiram em média 80 escravos em cada uma das 13
charqueadas.
O nome
deste charqueador é Francisco Leão, irmão do Cel. Manoel Leão, o qual também
foi vítima da emboscada de 18/09/1839, na qual morreram várias outras pessoas.
Este
estabelecimento saladeiril é a terceira charqueada que pertenceu a família Leão
e que se localizava depois da vila Santo Antônio, no terreno hoje do grupo
Gerdau. Jocelim Araújo (Joça) afirma que atrás da Gerdau havia um túnel, perto
do rio Jacuí. O casal Araújo (Jocelim e Elizete) tinham um avô paterno – José
Bento de Araújo que trabalhou nas charqueadas.
A
charqueada pertenceu a Da. Ma. Guedes, também ficava em área do atual grupo
Gerdau. Cidislau Antônio Pires diz que toda área da Piratini era uma fazenda,
portanto,própria para a localização de uma charqueada. É evidente que as
charqueadas ficavam o mais próximo do rio Jacuí, dependendo do terreno ser mais
baixo ou mais alto.
A charqueada de número 10 ficava logo depois da Gerdau, em
área da COPELMI. Conforme Joça, também atrás da área de COPELMI houve um túnel
com portão de ferro no meio. No rio Jacuí tinha uma ilha com o nome Senhorinha,
justa homenagem a esta charqueadora.
Também
está charqueada deve ter ficado em área pertencente a COPELMI já mais perto do
antigo porto Mauá, onde a partir de 1890 a Companhia Estrada de Ferro e Minas
São Jerônimo começou a construir seu porto.
Joça
afirma que atrás da COPELMI existiu um casarão, provável sede desta charqueada.
Charqueada de número 12 de Maia
Esta charqueada tinha o nome de Maia, pertencendo a esta família. Localiza-se no espaço onde ficava o antigo cinema e o prédio famoso, visto por A. Isabelle em 1834. Foi a partir desta área que surgiu o povoado que dará origem ao atual centro de Charqueadas. Havia também um porto por lá.
Cinema e escola, 1834. |
Esta charqueada tinha o nome de Maia, pertencendo a esta família. Localiza-se no espaço onde ficava o antigo cinema e o prédio famoso, visto por A. Isabelle em 1834. Foi a partir desta área que surgiu o povoado que dará origem ao atual centro de Charqueadas. Havia também um porto por lá.
Este
casarão deve ter sido a sede desta charqueada. O prédio ficava na atual rua
Ricardo Louzada e ruiu no início deste século, após ter sido habitado por
vários moradores, na opinião de Ester Gonzales de Souza, moradora do local,
afirma que o casarão era feito de pedra, barro e tijolos bem grandes e a parede
tinha um metro de grossura. Ester Gonzales conta que foi encontrado um tesouro
na escada dos fundos.
O nome
completo desta proprietária é Da. Antônia Luiza de Lima, que foi a terceira
mulher dona destas antigas charqueadas. Esta última charqueada, antes do Arroio
Leão, ficava no entorno do Estádio Municipal. A sede deste estabelecimento de
charque ficava no sítio de Júlia Sieben, pertencendo hoje a sobrinha de Júlia,
Cecita Sieben.
O
sitio mencionado fica em frente ao CTG Raízes da Tradição. Pelo depoimento de
alguns moradores da redondeza foram encontrados ossos de animais, por ocasião
da terraplanagem do estádio. Popularmente esta charqueada, tinha o nome de
Arranca Toco. Esta foi a última das 13 antigas charqueadas.
O homem é sujeito da história, faz, transforma,
constrói e reconstrói fatos. Faz- se muito importante conhecer o passado,
entender o presente e preparar o futuro.
Não vivemos de passado, mas necessitamos do seu
legado. Do charque à indústria, quantos sobreviveram para contar esta história
de longa data?
Parabéns aos charqueadores do passado e aos
charqueadenses do presente.
Charqueada número 2 de Jerônimo Poeta “Provavelmente esta área (logo depois da primeira charqueada) foi adquirida por Francelina Bueno de Paula, que é avó da família Pires. Francelina faleceu com mais de 100 anos... http://historiasgaucha.blogspot.com.br/ http://charqueadashistoria.blogspot.com.br/
ResponderExcluirPor volta de 1774. O pioneiro na fabricação do charque foi o capitão Francisco Correia Sarafana, um fazendeiro em Arroio dos Ratos. Mais adiante, o coronel José Manoel de Leão adquiriu terras (provavelmente do capitão Sarafana) dando continuidade à produção saladeiril (nome dado à exploração das charqueadas), mantendo escravos no trabalho de salga da carne. Sabe-se que das 13 charqueadas que existiram no município, quatro pertenceram à família Leão. http://charqueadashistoria.blogspot.com.br/
ResponderExcluirCharqueadas tem tradicao e cultura que vem de muito tempo a dinastia de um povo que quarda suas raizes no coracao
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