Quantos charqueadenses ainda
trazem na memória as grandes e tradicionais “Festas dos Navegantes”, que a
comunidade realizava para homenagear a padroeira dos marítimos Nossa Senhora
dos Navegantes.
No dia 2 de fevereiro, feriado por ser dia
de festa, os marítimos enfeitavam os rebocadores com bandeirinhas coloridas, a
eles juntavam-se os barcos menores, também embandeirados, todos a espera da
procissão. Na igreja, após a missa solene, a procissão começava a se
movimentar. Primeiro as crianças, formadas em duas filas, depois os adultos e
na frente o sacristão trazendo a cruz, depois os festeiros garbosos coma
“Bandeira de Festa”. Os componentes do coro entoavam Cânticos sacros, e o padre
puxava ladainhas e orações. Muita gente acompanhava a procissão terrestre até o
porto, lá as embarcações já estavam a postos. Alguns rebocadores os mais
preferidos-apinhados de gente, já haviam desatracado e esperavam no meio do
rio, o início da procissão fluvial. Apitos ensurdecedores e foguetes, saudavam
o momento da subida a bordo do andor que traz a bordo a imagem da “Senhora dos
Navegantes”.
A procissão se dirigia até a Granja Carola e
retornava ao seu ponto de saída. Ao longo do trajeto, na beira do rio, centenas
de pessoas saudavam com flores, lenços e abanos a sua padroeira, e como era
tradicional, na capelinha de Santo Antônio, sempre tinha alguém para tocar o
seu sino.
Durante os nove dias que antecedia a festa,
havia á noite novenas. Durante as orações momento mais bonito e solene, quando
a “Ladainha de Nossa Senhora era cantada em latim pelo coro formado de moças e
rapazes da comunidade, que era ensaiado pela Sra. Sueli Buchain, professora de
música e organista, vinda de Arroio dos Ratos”.
Terminada as orações tinha início na praça os
festejos populares. Centenas de lâmpadas acesas, contornavam a torre da igreja,
deixando a praça como se fosse dia. Gente muita gente, passeando, jogando,
comendo ou bebendo de tudo nas barracas montadas pela praça, ou simplesmente em
grupinhos conversando. No ar, o som do alto falante, que sempre iniciava os
trabalhos com o prefixo musical “Brasileirinho”, e divertia a população com as
dedicatórias: “Alô, alô, moça trajando saia azul, blusa branca e sapatos
brancos, alguém apaixonadamente dedica-lhe...”
Hoje a festa dos Navegantes,
perdeu parte deste brilho, mas ainda se conserva esta tradição, desde a
primeira festa realizada em 2 de fevereiro de 1946.
No dia 2 de fevereiro, feriado por ser dia de festa, os marítimos enfeitavam os rebocadores com bandeirinhas coloridas, a eles juntavam-se os barcos menores... http://charqueadashistoria.blogspot.com.br/ Charqueadas RS Rio Grande do Sul Brasil
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