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MARTA PEREIRA QUINTANA NE 21

ENTREVISTA COM O MINEIRO
Sr Alberino José Quintana



MINA DE CARVÃO DO POÇO OTÁVIO REIS EM CHARQUEADAS-RS.


O Sr Albertino José Quintana, nasceu em Canguçu-rs no ano de 1932, casou-se em 1953 com a Sra Olma Pereira Quintana na cidade de Butiá-rs, tiveram 07 filhos dos quais eu sou uma delas. Meu pai inciou a vida proficional em 1957, devido ao término da mineração em Butiá, abria-se uma nova oportuniddade na região, o poço de mineração Otávio Reis . Diversos pais de familia do Rio Grande do Sul aqui se instalaram e decidiram fazer de Charqueadas sua terra. Dentre eles o Sr Albetino que aqui terminou de criar seus filhos, os casou, já é bisavô e  continua morando nesta cidade que abrigou na hora, talvez, ,mais dificil de sua vida.

entrevista: Quando o Sr recebeu a noticia que estava desempregado em butá, qual foi a sua reação?

Sr Albertino: Eu era um bom mineiro, tinha uma média excelente de produção,eu não esperava se despedido, não cheguei a ficar como medo quando saiu o boato de que fecharia a mina. o nosso engenheiro chefe  o Dr Raul, me aconcelhou que eu deveria vir para charqueadas o quanto antes, mas eu não queria. Houve uma lista de voluntários que foram trazidos para charqueadas, mesmo assim, eu resisti, e, para minha surpresa  e tristeza, menos de um mês depois fui demitido. Aí não tinha mais vagas no poço de charqueadas. tive que batalhar ,muito para conseguir uma vaga, e, após , conseguir uma casa na vila. Morei mais três meses num vagão da ferrovia, mp forte do verão , com toda a minha familia, sem água, sem luz, ,mas eu tinha que aguentar porque aqui é que eu tinha meu ganha pão. Depois conseguiuma casa, e continuei até que consegui me aposentar em 1973

Entrevista: Onde o Sr trabalhava na mina?

Sr Albertino:  No subsolo a 330 metros de profundidade e, 5000 metros de extenção, passava, inclusive abaixo do rio Jacuí.

Entrevista: Quais foram a asuas tarefas como mineiro?

Sr albetrino: Tive várias, Trabalhei na extração do carvão, manualmente, depois como relojoeiro, tive de parar porque fiquei doente.

Entrevista: Oque foi que aconteceu com sua saúde?
Sr Albertino: Tive carvão no pulmão em terceiro grau
Entrevista: Porquê?
Albertino: Na mina tem muita poeira e agente respirava tudo, isso vai parar no pulmão.



Entrevista:  Quais os sintomas que o Sr tinha ou tem até hoje?

Albertino: Os primeiros sintomas foram cansaço e falta de ar, após, esses sintomas foram ficando mais fortes até que não conseguia mais respirar ao fazer qualquer esforço, fui afastado d trabalho fiz tratamento, e a doença estabilizou. ainda tenho fortes falta de ar mas sobrevivo.

Entrevista: Nestes anos de trabalho o sr, presenciou algum acidente?

Sr Albertino: Vários muitos acidentes ocorriam devido ao estímulo da produção, quanto mais tirava o carvão mais ganhava no salário, por isso, tinha muita amputação de dedos,mão, pé, cortes profundos nos membros superiores e infeiores além de eventuais caimento  que , quando ocorriam, levavam várias pessoas a morte. havia outro risco , também que era a presença de gás metano que se não fosse detectado a tempo explodia e matava todo o mundo na volta, provocando desmoronamento.

Entrevista: Mas não havi EPIs, ou quaisquer sistema de segurança para prevenção de acidentes?

Sr Albertino:  Havia mas as pessoas não eram muito bem treinadas. lá em baixo era um Deus nos acuda, ficávamos praticamente pelados, por causa do calor, e "mandava ver" Duvido alguém mais valente do que o mineiro. Ele sabia que se não morresse iria dar pra familia melhor condição de vida e, e só com isso, no pensamento e com muita fé em Deus baixàvamos a mina esperando subir novamente para ver a mulher e filhos.

Entrevista: Como o sr se sentiu quando não pode mais ser mineiro?

Sr Albertino: TRisteza. Ainda hoje, sonho que estou trabalhando lá. Não como um pesadelo, mas como uma boa lembrança. Se você falar com qualquer dos mineiros que ainda são vivos terão a mesm noção. Meu maior sonho era poder, novamente, pelo menos uma vez mais, baixar a mina e, quando digo isso estou emocionado a ponto de chorar.

Entrevista: Quando o poço Otávio Reis encerrou as atividades, qual foi a sua sensação?

Sr Albertino: Novamente, tristeza. Já tinha passado por várias decepções.
Antes do fechamento do poço, teve o fechamento da ferrovia que passava pelo Butiá, Arroio dos Ratos, Porto do Conde, São Jerônimo e vinha até charqueadas,transportando o carvão para o porto daqui seguir viagem em barcos pelo rio Jacuí. Com constante mecanização da mina muitos mineiros foram demitidos para dar lugar as máquinas, e, por fim o fechamento definitivo. Não sei bem porquê, pois nós mineiros sabemos  wur ainda tem muto carvão lá em baixo.

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